segunda-feira, 5 de junho de 2023

DE PORTUGAL PARA MACAÍBA

A Macaíba do início do século XX não era tão movimentada como a dos tempos atuais. Muitas residências eram concentradas no seu centro urbano. Nesse período, a cidade ainda era ladeada por muitos sítios. Na época, a terra da poetisa Auta Henriqueta de Souza já possuía um cemitério, que foi construído por conta de um surto de Cólera que assolou todo o império do Brasil no ano de 1858.

Das muitas sepulturas existentes na necrópole de São Miguel Arcanjo, uma chama bastante a atenção, principalmente de quem é curioso por história. A catacumba deixa impressionado qualquer um que gosta de um necroturismo. Diferente de outras do mesmo período e até das mais antigas, ela é baixa e não alta. Desde 25 de janeiro de 1906, nela repousam os restos mortais do coronel Thomaz Antônio de Mello.

O coronel faleceu quatro meses antes de completar seus 65 anos encarnado. Ele nasceu em 24 de maio de 1841. Na história de Macaíba, segundo o historiador Anderson Tavares, Thomaz destacou-se por ser padrinho de Auta de Souza e sócio da casa bancária Paulo, Eloy e Cia.

O seu túmulo fica na primeira quadra à direita de quem entra pelo portão principal do campo santo em solo macaibense. Trazido de Portugal, ele é o primeiro sepulcro de mármore construído no fossário. Por conta da sua idade (117 anos) e da falta de cuidados, na sua parte superior existem muitas rachaduras. Coveiros informam que a culpa também é de alguns seres (vândalos) que sobem no mausoléu e caminham por cima dele, principalmente em Dia de Finados. É possível acreditar que ele ainda não foi destruído por completo porque o mármore português é um material muito resistente.

* Foto e Texto: Wedson Poeta – pesquisador e guia de turismo

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