Na história ainda em construção neste belo planeta
batizado de Terra, já tivemos diversos momentos em que as famílias passam por
situações diversas, tendo o tempo, por exemplo, em que os pais optavam por ter
vários filhos, criando assim, uma enorme rede de parentes, com tios, avós,
primos e irmãos, ofertando assim a possibilidade de muitas interações para
todos.
Hoje as famílias são menores, talvez pelo fato do
planeta ter chegado a certo ponto de saturação, tornando a disponibilização de matéria
prima mais complicada e, o fator econômico, que inibe a expansão familiar.
Alguns estudiosos do assunto citam ainda a inserção
das mulheres em novos ambientes, tirando-as da obrigação, quase religiosa, de
apenas cuidar da prole, ocasionando com isso menos disposição para a
maternidade e mais foco na busca da satisfação pessoal no mercado de trabalho e
em atividades como política e gestão.
Sou fruto de uma época - os anos 60, onde os pais
tinham em média 5 a 6 filhos e eles também descendem de pais com uma média até
superior. Para minha satisfação e alegria, isso me presenteou com uma enorme
parentada, pois lembro de uma infância completamente ligada a vários deles, com
reminiscências muito legais de férias, diversões e visitas, permeadas de uma
energia toda especial e muito boa de se recordar.
As famílias e suas grandezas numerais possibilitavam
mudanças em decorrência de casamentos e de novos empregos, levando alguns para
outras cidades. Para minha felicidade pessoal, parte da família de minha mãe
foi para Salvador, lugar que passei a frequentar nas férias de fim de ano, com
lembranças dos trios elétricos, das mortalhas usadas nos carnavais e da busca
por velas e perfumes na ressaca das oferendas para Iemanjá nas águas da Penha,
na Ribeira baiana.
E a ida da família de tia Altiva para Salvador fez com
que a prima Nadja ficasse em Natal para continuar seus estudos, tendo esse fato
nos dado uma nova irmã, muito querida, estudiosa, fato esse que deve ter
ocorrido em muitas famílias, com filhos sendo adotados por motivos diversos, proporcionando
novas formas de relação neste fantástico e maravilhoso mundo das famílias
afins.
E as recordações seguem em direção aos grandes
aglomerados para almoços fraternos, as viagens, aniversários, afinidades, tendo
eu sido muito próximo dos primos Francisco Eduardo e Lula Barreto, que navegam
junto comigo pelo mar das 52 primaveras. Juntos curtimos muito aquele período
onde todos se relacionavam muito bem e onde o sorriso brotava fácil e todos os
parentes vibravam numa harmoniosa e positiva relação.
Hoje as famílias são menores, nossos filhos cumprem a
pena da prisão domiciliar e vivem anestesiados em suas telinhas mágicas,
mantendo contato com os demais parentes via WhatsApp, Instagram ou Facebook e,
se encontrando sim, vez por outra, para conversar sobre as postagens mais
curtidas e os vídeos mais comentados.
O que é certo é que brincando de carrinho de rolimã ou
navegando nas redes sociais, com muitos ou poucos primos e tios, todos estamos
intimamente ligados aos parentes, que são os seres mais próximos, aqueles que
podemos pedir socorro com mais segurança e, que em última análise, são sangue
do mesmo sangue e que por serem partes do que chamamos de família, a princípio
são queridos e amados, como de resto deve ser todos os demais seres, pois se
amplificarmos a tradução de família, podemos chegar sem medo de errar, ao
coletivo humano, posto que feitos a imagem e semelhança do Criador, somos todos
filhos de um mesmo pai, portanto: parentes.
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