A
história do homo sapiens por este lindo planeta azul soma cerca de 200 mil anos
para os considerados anatomicamente modernos. Neste significativo período de
tempo fomos inventando bilhões de coisas para que nossa existência seja mais
confortável, ética e alegre.
No
campo dos arranjos coletivos, inventamos a representatividade, para que
enquanto alguns coletem alimentos, organizem tarefas e manufaturem produtos,
outros cuidem de leis e de normas para que possamos ter as coisas em ordem e as
obras feitas dentro de regras que achamos corretas.
Dentro
deste sistema todo, decidimos em algum momento criar os partidos políticos, que
segundo texto consolidado no Wikipédia, está assim anunciado: “na Grécia e Roma
antigas, dava-se o nome de partido a um grupo de seguidores de uma ideia,
doutrina ou pessoa, mas foi só na Inglaterra, no século XVIII, que se criaram
pela primeira vez, instituições de direito privado, com o objetivo de congregar
partidários de uma ideia política: o partido Whig e o partido Tory. De fato, a
ideia de organizar e dividir os políticos em partidos se alastrou muito, no
mundo todo, a partir da segunda metade do século XVIII, e, sobretudo, depois da
revolução francesa e da independência dos Estados Unidos. Até porque, a partir
daí, a própria percepção da natureza da comunidade política se transforma
dramaticamente”.
A
boa ideia serviu no passado e sobrevive até hoje em praticamente todos os
cantos e recantos do planeta, o problema é que a divisão ideológica da
sociedade chegou a um ponto de mutação tão acentuado, que hoje já não se sabe
de fato quem é de direita, de esquerda e de centro, inviabilizando a divisão
por ideias dos representantes da coletividade.
No
Brasil, de hoje, por exemplo, os antigos esquerdistas mais parecem aguerridos
liberais, os direitistas incorporam discursos a esquerda, parecendo que buscam
mais alinhamento com o poder, ficando suas supostas ideologias a reboque de
interesses pessoais, tornando inócuos seus posicionamentos partidários, visto
que escancaradamente, não se identifica verdadeiramente pureza nestes
ajuntamentos de políticos vagando a esmo pelas diversas siglas.
Diante
da constatação da falência das ideologias, proponho o fim dos partidos
políticos. Qualquer pessoa, preenchendo os requisitos eleitorais, poderia se
candidatar e os vencedores seriam pela ordem natural dos votos obtidos. A
exposição nas mídias seria de todos, se temos uma hora, dividia pelo número de
candidatos, que apareceriam individualmente falando sobre seus planos de ação.
Nas
casas legislativas não seria preciso votar em bloco partidário. Os dirigentes
das casas seriam escolhidos em eleição direta dos membros, os votos seguiriam
normais, acabando com estes votos de líderes e as obstruções que os partidos
promovem, tornando o rito mais ágil e o perfil geral da casa mais verdadeiro.
Partidos
estão servindo para emparedar governantes com chantagens e para a busca febril
de cargos para a indicação de negociantes que uma vez instalados em
ministérios, órgãos de regulação e estatais, cuidam de obter fundos para a
permanência eterna dos partidos apadrinhados no poder e a distribuição de
“sobras” que tornam os recém-eleitos em milionários em menos de um mandato,
viciando os sujeitos e emporcalhando a nação que já carente de recursos, vê sua
riqueza ser compartilhada com uns poucos em detrimento dos muitos que realmente
necessitam.
Hoje
percebemos que os partidos políticos se transformaram em cabides de emprego,
balcão de negócios, organizações criminosas e ajuntamento de ensandecidos seres
totalmente cegos pelo capital. Claro que não podemos generalizar e que existem
partidos e seres do bem, ainda comprometidos com causas boas: amém!
O
problema é que a santidade inicial parece só sobreviver na oposição, longe dos
louros do poder e da força da grana que ergue e constrói obras belas para
usufruto das comissões. Temos percebido que ao beber da fonte governamental, os
santos viram pecadores e parece não escapar quase ninguém neste inferno
dantesco consumidor de idealistas e de sonhadores.
Por
essas e outras que proponho o fim dos partidos aqui no Brasil. Conversando por
ai ouço todo mundo dizendo que vai votar em pessoas, muitos não acreditam mais
em partidos, que servem a conveniências pessoais e são portais para a corrupção
e a obtenção de vantagens pessoais.
Isso
é loucura? Não acho. É perfeitamente viável. Loucura é continuar abastecendo
esses partidos gulosos com verbas, para que continuem sugando nossa riqueza
para usufruto com potentes carros, viagens em jatinhos, compra de votos nas
campanhas eleitorais e o preenchimento de cargos como o de presidentes,
secretários e um monte de galhos que só recebem jabutis para trabalhar não pelo
Brasil e sim pela manutenção de suas próprias estruturas, alienígenas aos
interesses nacionais e totalmente desnecessárias.
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