As pessoas de bem neste recanto de canto planetário chamado
Brasil andam acumulando estresses por uma série de acontecimentos pessoais e
coletivos.
Muitas famílias ficam muito revoltadas quando observam
criminosos que mataram seus filhos e/ou parentes, soltos devido a erros na
formulação dos pedidos de prisão ou respondendo em liberdade devido a leis que
mais parecem mães diante das monstruosidades eternizadas na vida de alguns.
Pagadores de impostos em geral andam muito chateados com os
serviços públicos que são mantidos com estes recursos, pelo fato de não
atenderem as mínimas demandas, causando perda de tempo, idas e vindas, falta
disso e daquilo e uma série interminável de decepções em todos os níveis.
Usuários dos sistemas de transporte, saúde, educação, segurança
contam aos quatro cantos desventuras nestes setores, todos carentes de
operacionalidade e racionalidade, enervando, pirando e tirando a paciência de
todos os cidadãos, independente de classe social e poder econômico, pois até os
mais abastados dependem também do bom funcionamento das coisas relacionadas a
estes setores.
Todos os problemas que ocorrem no cotidiano das pessoas geram no
interior das mesmas, um esquentamento sanguíneo, levando-as a uma necessidade
de publicitação da revolta, com uns utilizando as mídias sociais, outros saindo
às ruas, outros procurando ouvidorias, Procons, imprensa e, até alguns partindo
para decisões pessoais de caráter vingativo e igualmente criminoso.
A revolta do buzão começou em todo o Brasil com a
intenção de atrair atenção da população, da mídia, das autoridades e dos
empresários para a questão do aumento das tarifas e da melhoria no transporte
público de várias cidades, mas, diante deste sentimento global de insatisfação
com tantas coisas, está começando lentamente a migrar para uma revolta mais
ampla, seguindo mais ou menos tendência mundial em movimentos que começam por
um motivo e, enveredam por outros.
Não vou aqui me posicionar de maneira mais ampla sobre os muitos
ângulos do assunto, tendo apenas a intenção de fazer o link desse movimento que
agora fortemente reprimido, começa a ganhar corpo e atrair outros seres
indignados com estas tantas coisas por ai, podendo ou não convergir para uma
grande revolta que abrace todas as causas não devidamente resolvidas pelos
poderes em geral e iniciativa privada.
Alguns empresários são louvados pela ousadia de empreender e
ofertar empregos, mas, também são muito gananciosos e exploram os trabalhadores
e as populações, podendo ter menos lucros e empresas mais humanizadas. O
Ministério Público é saudado com carinho por suas investigações bem vindas, mas
não se contenta com altos salários e busca auxílios disso e daquilo, afrontando
a população empobrecida.
Políticos em geral agem egoisticamente, negociando votos e
posições, traindo os sonhos de uma nação e, na soma de todos estes
acontecimentos, um vulcão de indignação, de revolta, de raiva e de ódio, cresce
e se forma, sendo natural que o magma condutor deste conjunto de chateações,
aconteça em erupções por várias partes do Brasil, criando assim o solo fértil
para a guerrilha urbana, formação de grupos políticos radicais o que,
inevitavelmente, chama a reunião dos militares para decisões mais radicais,
divisão da sociedade, conflitos filosóficos e ideológicos e, o caos instalado.
Se o governo não procurar resolver os problemas enquanto eles
são pequenos, obrigando empresários a investir mais seriamente em seus ônibus,
reduzindo impostos como já o fez, construindo paradas de ônibus dignas, dando
condições para que parcerias sejam interessantes para todos na criação de
metrôs, trens e resolvendo de vez este sério problema de transporte, a revolta
do buzão vai virar a revolta do mundão e, no mesmo bonde, vão embarcar todas as
revoltas, quebrando paradas e evitando assim, que a condução não tenha mais
onde parar, até descarrilhar e, o País, mergulhado em caos, não tenha mais como
sua nau navegar em águas razoavelmente calmas.


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