Poetiza Auta de Souza (Macaíba/RN – *12/09/1876 Natal/RN – +07/02/1901) |
Manhã no campo
Estendo os olhos pelo prado a fora:
Verdura e flores é o que a vista alcança...
- Bendito oásis onde o olhar descansa
Quando saudades do passado chora. -
Escuto ao longe uma canção sonora.
Voz de mulher ou, antes, de criança
Entoa o hino branco da Esperança,
Hino das aves ao nascer da Aurora.
Por toda parte risos e fulgores
E a Natureza desabrochando em flores,
Iluminada pelo Sol risonho,
Recorda um’alma diluída em prece,
Um coração feliz que inda estremece
À luz sagrada do primeiro sonho!
Aonde vai a Lágrima
Na terra se chora tanto
Que, se Deus guardasse o pranto
Que o mundo inteiro derrama.
Dos astros lá do infinito
O choro do pobre aflito
Podia apagar a chama.
Mas todo o pranto que desce
Por nossa face, parece
Que Deus o transforma em prece...
E a prece, cheiroso incenso,
Nas asas do vento imenso,
Se perde no azul dos céus
Buscando o seio de Deus.
Poeta Wedson Nunes (Santo Antônio/RN – *29/06/1986) |
Tempo
Ana Carla
A criança em pé
Observava o espelho
Seu rosto transmitia alegria
Estava feliz com seus longos cabelos
Mas nada falava!
A jovem sentada
Observava o espelho
Seu rosto transmitia aflição
Estava preocupada com sua aparência
Mas nada falava!
A anciã deitada
Observava o espelho
Seu rosto transmitia medo
Mas nada falava!
Ana Carla
A alma clara e pura
No rosto de menina
A procura de amor
Chora a inocência
Amante da clemência
Resiste às maçãs
Luta pelos sonhos
A procura de alegria
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