quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sessão Poesia

Calvário

Às vezes no rosto de quem mente
expressa um sentimento de verdade.
Na face de quem chora,
sente-se um ar de felicidade.
No olhar de quem oscila,
percebe-se um momento de ansiedade.
No coração dos maus encontra-se, também,
um pouco de amor.
Em uma flor respira-se perfume.
No perfume descobre odor.
Em certo tempo sente-se saudades.
Na saudade, chora-se por amor.
Nem sempre no amor tudo cheira rosas.
Pois às vezes as rosas apodrecem no vazio.
A maça revela-nos tentações.
Belas canções destroem-se por guerras.
As guerras nem sempre são ruins.
Ruins são as pragas do Egito,
que trazem o mito da terra acabada.
Pois na arca do amor levaram os rios;
E assim ficamos na sede de beber algo doce.
Só bebendo vinho amargo de teu sangue;
Que envenena a alma!
Como lança que rasga o peito de um Galileu,
fui levado à forca da ilusão.
Igual lágrima caída de olhos de cego,
vim-me pendurado em um madeiro.
Prostrado diante do espelho,
vi nele minha imagem e semelhança.
Como se fosse um menino,
chorei sem ter lágrimas para chorar.
Ao cair às últimas gotas, procurei sombras para repouso.
E em teu colo ó mãe, deitei meu corpo cansado!

Wedson Nunes (Poeta)
Macaíba/RN – 23/05/2009

Um comentário:

  1. Como alegra-me ler esta poesia! Mais uma vez Wedson, você prova o poeta que realmente você é, e, com certeza, em breve, sua "VEZ" chegará. Aguarde! Abraços do amigo, Djalma.

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