O
Movimento Xingu Vivo para Sempre, organização não governamental que questiona
na Justiça o processo de licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo
Monte, relatou nesta segunda-feira (25) ao Ministério Público Federal que foi
alvo de espionagem das empresas envolvidas na maior obra do governo federal no
Pará.
Na
representação, a organização apontou como o suposto espião um funcionário do
Consórcio de Construção de Belo Monte (CCBM), responsável pela construção da
obra no rio Xingu.
O
funcionário, que teria 29 anos, foi flagrado no domingo (24) gravando uma
reunião do movimento na cidade de Altamira (900 km de Belém). A polícia não foi
chamada. O nome dele não foi divulgado pelo Movimento Viva Xingu.
Por
telefone, a coordenadora do movimento, Antônia Melo da Silva, 63, afirmou que
conhecia o funcionário desde o mês de outubro. Ela disse que ele se apresentava
como militante da causa ambientalista. Segundo ela, ao ser flagrado uma
"caneta espiã", ele revelou seu verdadeiro objetivo no movimento.
Segundo
Antônia, o funcionário concordou em gravar um vídeo relatando sua participação
na espionagem. Por essa razão, foi acordado que o nome dele não seria revelado,
e a polícia, afastada do caso. No vídeo, que está disponível no site do
movimento, o funcionário diz que recebia por mês até R$ 5.000 para acompanhar
as reuniões do movimento e, depois, relatar as discussões a encarregados da obra
de Belo Monte.
A
reportagem procurou a direção do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da
Construção Pesada), filiado à Força Sindical. O sindicato disse que não tinha
conhecimento do assunto.
O
CCBM afirmou que até o momento não teve informações sobre o caso. "O CCBM
não tem como prática o envio de observadores a eventos promovidos por outros
órgãos ou instituições", disse, em nota.
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