O
conhecimento como eterna fonte de prazer
Pode parecer
estranho, mas, é sabido, que o nosso planeta já viveu momentos em que não
existiam os livros, a escrita, os computadores e, aonde todo o conhecimento que
ia sendo assimilado através de observações, constatações e ligações neuronais,
era transmitidos aos demais seres, pela oralidade.
Com o tempo, a
expansão desse conhecimento foi chegando a todos os campos do saber e, incorporando
ao cotidiano da humanidade, tecnologias que permitiram a guarda, a disseminação
mais célere e o compartilhamento a nível mundial de todos os tipos de
conhecimento produzidos por todos nós.
Apesar deste
constante crescimento, uma única coisa permanece imutável diante de todo este
processo: o prazer de compartilhar o conhecimento adquirido, de um ser, para
outros, seja através da publicação de livros, pregações, palestras,
conferências, discursos ou, simplesmente, no convívio familiar e até na mesa
dos bares e casas de diversão.
Quando me refiro a
prazer, não estou incluindo – até para não contaminar o que é puro e belo, o
prazer advindo do ego de saber mais que os demais. O prazer de possuir algo
superior, o prazer de se sentir mais diante dos menos. O prazer do presente
escrito é o prazer em si de compartilhar, de dividir, de repassar, como um
passe que redunda em gol, como a informação que resulta em obtenção de
sabedoria, como matéria prima que culmina em invenções ou, simplesmente, a
sabedoria gostosa, bem encaminhada pelo dom da oralidade, por falas e gestos,
do casamento perfeito entre o que a mente projeta e o corpo executa.
Talvez seja por
isso que, apesar de mal remunerados em várias partes do planeta, os professores
não conseguem largar a cátedra, pois trabalham experimentando o gozo divino de
compartilhar conhecimento, com a experiência até mística, diria, de eternizar o
conjunto de pérolas e de diamantes que conseguimos burilar e dar forma ao longo
de nossa existência por este plano material.
Quando estou
conversando com pessoas, ou falando em um palco, dando entrevista, produzindo
meus escritos, livros, ocupando algum espaço onde o que esteja proferindo possa
chegar a alguém, estou na verdade curtindo um êxtase pessoal, sentindo um
prazer, pois herdeiro que sou de todo um patrimônio no campo da sabedoria
humana, a minha disposição através de livros, textos, arquivos, conversas
pessoais e diversas outras formas, busco nas partes que aprendi nas entrelinhas
que apreendi repassar através dos dons que recebi o que julgo ser bom, correto,
ético e proveitoso.
Não concebo o prazer
de compartilhar conhecimento, se não for para que possa acrescentar a vida de
alguém, alguma coisa que a torne melhor, pois é isto que busco em todas as
minhas leituras, em todas as coisas em que o conhecimento esteja presente,
afinal, se somos produtos de algumas coisas, que sejamos das coisas que nos tornam
mais felizes e humanos.
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